terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ah! Quem me dera! (By Aline M. Abdalah)

Clarice Lispector, taí uma mulher que eu gostaria de ter sido, eu realmente gostaria de ter sido. Ela não tinha uma beleza exuberante. Porém, poucos são os que conseguem se expressar de maneira estranhamente confusa, mas tão envolvente. Poucos são os que conseguem prender seus leitores de forma arrebatadora em deliciosos textos que ao mesmo tempo que seguem a mesma linha, são tão diferentes entre si, consideravelmente inovadores.

Invejo a capacidade de dizer, e desdizer na oração seguinte, com toda classe, sem que isso comprometa o que foi escrito; de usar objetivamente antíteses para enfatizar ainda mais o que ela pensa; de perambular pelo cotidiano das pessoas, transformando-o em uma rotina com muito mais vigor e doçura, ou aspereza, se necessária for!

Mas não me entendam mal, eu não abro mão de ser quem eu sou só porque digo que gostaria de ter sido a Clarice. Não pretendo me alongar no assunto, mas para justificar tal incongruência, ressalto que acredito em outras vidas, reencarnação.
(Aline M. Abdalah)

Mais Clarice L.






¬¬ O que nos impede na maioria das vezes
de ter o que queremos, de ser o que sonhamos,
de fazer o que pensamos e aceitar com o ,
é a OUSADIA que não cultivamos.
(Clarice Lispector)





A Vida Flui


By Clarice Lispector


"Tenho várias caras. Uma é quase bonita e a outra quase feia. Sou um o quê?! Um quase tudo.”

“Mas lembre-se que se me julga pela aparência, sou apenas o reflexo de sua ignorância.”

“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.”

“Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.”

“Sou composta por urgências, minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.”

“Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina, e vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar.”

"Escuta: eu te deixo ser, deixa-me ser então."

“Curioso não saber dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar, não só não exprimo o que sinto, como o que sinto se transforma lentamente no que digo."

“Toda vez que eu faço uma coisa com intenção não sai nada, sou portanto um distraído quase proposital. Eu finjo que não quero, termino por acreditar que não quero e sóentão a coisa vem.”

“Tenho a alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. Não esqueço nunca, mas há poucas coisas de que eu me lembre.”

“Eu só sei uma coisa: sou pungentemente real; e que estou na vida fotografando o sonho. Qualquer um pode sonhar acordado se não mantiver acesa demais a consciência.”

"- Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva."

“Só me interessa o que não se pode pensar. O que se pode pensar é pouco demais para mim.”

“O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.”

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

“Eu não sei muita coisa, mas tenho a meu favor tudo o que eu não sei.”

“E quando mesmo assim não tenho coragem, então eu sonho.”

“Quanto a mim sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim. De algum modo “como se não fosse eu” era mais amplo do que se fosse.”

“Enviei o meu anjo para aparelhar o caminho diante de mim e para avisar às pedras que eu ia chegar e que se adoçassem à minha incompreensão.”

“Pois só quando erro é que saio do que conheço e do que entendo. Se a verdade fosse aquilo que posso entender – terminaria sendo apenas uma verdade pequena, do meu tamanho.”

“A realidade é delicada demais. Só a realidade é delicada.Minha irrealidade e minha imaginação são mais pesadas.”

“Timidamente transpassar por uma doçura que me encabulava sem me constranger.”

“Minha vida não tem sentido apenas humano, é muito maior – é tão maior que, em relação ao humano, não tem sentido.”

“Que vontade de fazer uma coisa errada. O erro é apaixonante. Vou pecar. Vou confessar uma coisa; às vezes, só por brincadeira, minto. Não sou nada do que vocês pensam. Mas respeito a veracidade: sou pura de pecados.”

“Eu adivinho coisas que não têm nome e que talvez nunca terão. É. Eu sinto o que me será sempre inacessível. É. Mas eu sei tudo. Tudo o que sei sem propriamente saber não tem sinônimo no mundo da fala, mas enriquece e me justifica.”

"A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais..."

“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.”

“Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”

“E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar.”

“Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária.”

“Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

Uma Pequena Dose a Meu Respeito (By Aline M. Abdalah)


Não. Não sou jornalista, mas era Jornalismo que todas as minhas professoras de Português indicavam... Também não segui os conselhos do meu pai (-Filha, faz Direito para já ir se preparando para concursos). Minha mãe, tadinha, reclama até hoje que eu não quis saber de Medicina. Meu avô nunca se manifestou, contudo, ele teria se orgulhado ainda mais se eu fosse dentista. Sei que no fundinho meu cachorro queria me ter como veterinária. Nunca ninguém recomendou que eu fosse professora de pré-escolar ou pediatra, bem provável que eu não tenha mesmo jeito com crianças. Nos primeiros períodos eu passava mais tempo na academia do que na faculdade, porém não foi com Educação Física que me empolguei. Eu me decidi pelas roupas que as executivas vestem, e assim optei por ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS! Mas por quê não cogitei estudar Moda? – Que fique claro que a parte das roupas foi meramente ilustrativa, aff! – E um dia ainda me formo em Psicologia também, depois de me especializar em Marketing, claro! (Obs.: Estou me especializando em Controladoria e Finanças! rs)
(Aline M. Abdalah)

ELA (By Aline M. Abdalah)

Uma primeira postagem, em um primeiro blog, pede uma boa “matéria”. Acho que muitas pessoas perderiam um bom tempo imaginando um tema que CAUSE, afinal a maioria quase que absoluta insiste em dizer que “a primeira impressão é a que fica”.

Acho que não demorei nem 30 segundos para definir sobre o que eu queria escrever, na verdade acho que eu SEMPRE soube o que eu iria escrever quando fosse necessário: MARIA CLARA!

Minha afilhada ¬¬ Sem definições de dicionário, para não ser clichê, eu apenas tenho a acrescentar que ter uma afilhada é como ter uma filha com direito a escolha; uma benção; um presente de Deus. No momento do convite eu me senti a pessoa mais realizada da face da Terra, era como se eu mesma estivesse gerando aquele ser tão pequeno, mas já tão cheio de vida - que para mim pouco importava o sexo, o nome, o signo... Eu só queria tê-la nos braços!

Foram passando os meses, e o coração não agüentava mais de tanto esperar por ela. Mais emoção à minha espera: eu poderia assistir ao parto! Um TUM TUM TUM incontrolável...

Até hoje, esse foi o fato mais marcante da minha vida: Presenciar o nascimento da minha linda, a filha que eu escolhi!

A dindinha te ama à beça!

Obs.: Alguns devem estar se perguntando o porquê de eu me declarar se ela é tão pequena e não saberá ler. Aí é que vocês se enganam. Ela acabou de completar 5 aninhos (28/7/10) e já sabe ler!

Peraí, gente! Vou precisar parar de escrever porque meu teclado entrou em curto circuito... Muita baba em tão pouco tempo! haha

(Aline M. Abdalah)