terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ah! Quem me dera! (By Aline M. Abdalah)

Clarice Lispector, taí uma mulher que eu gostaria de ter sido, eu realmente gostaria de ter sido. Ela não tinha uma beleza exuberante. Porém, poucos são os que conseguem se expressar de maneira estranhamente confusa, mas tão envolvente. Poucos são os que conseguem prender seus leitores de forma arrebatadora em deliciosos textos que ao mesmo tempo que seguem a mesma linha, são tão diferentes entre si, consideravelmente inovadores.

Invejo a capacidade de dizer, e desdizer na oração seguinte, com toda classe, sem que isso comprometa o que foi escrito; de usar objetivamente antíteses para enfatizar ainda mais o que ela pensa; de perambular pelo cotidiano das pessoas, transformando-o em uma rotina com muito mais vigor e doçura, ou aspereza, se necessária for!

Mas não me entendam mal, eu não abro mão de ser quem eu sou só porque digo que gostaria de ter sido a Clarice. Não pretendo me alongar no assunto, mas para justificar tal incongruência, ressalto que acredito em outras vidas, reencarnação.
(Aline M. Abdalah)

Um comentário:

  1. Gostei muito do que você escreveu Aline. Sabe, eu também admiro muito a Clarice. Ela é incrível! Mais incrível ainda, é a forma como ela consegue que tantas mulheres diferentes se identifiquem, ao mesmo tempo, com o que ela diz. Atentar para coisas, que você pensava existir só para você. Não gostaria de ser como ela, mas de sentir e ver como ela. Me deu até vontade de ter blog novamente, hehe. Beijos

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